Design is how it works
“Most people make the mistake of thinking design is what it looks like. People think it’s this veneer – that the designers are handed this box and told, ‘Make it look good!’ That’s not what we think design is. It’s not just what it looks like and feels like. Design is how it works.” – Steve Jobs
Partindo da premissa de Steve Jobs, podemos compreender que o Design não é sobre o aspeto visual de uma solução ou produto, mas sobre a forma como este funciona. Existe ainda muita confusão sobre o que é o objeto de Design, principalmente, quando estamos perante as áreas do Design Gráfico ou Web Design. Se, por um lado, no Design de Produto é percetível que o seu objetivo é a criação de um objecto/ produto, por outro lado, as várias vertentes do Design Visual são erradamente percebidas como um conjunto de elementos visuais decorativos que revestem um objecto, um suporte de comunicação ou um sistema informático.
No entanto, o Design é sinónimo de desígnio, de criação, de concepção de algo novo. É uma atividade criativa voltada para o desenvolvimento de soluções, com a inovação em mente. Cada vez mais se fala do conceito de Design Thinking, enquanto processo para resolver um problema, encontrar novas soluções, e conceber uma ideia que vem satisfazer uma necessidade. Este é um método criativo que concilia forma e função, razão e intuição, necessidade com estética. Repare-se que ao falar de estética, não me refiro à preocupação de ser belo. De facto, em Design, algo que apenas é agradável ao olhar, que levou um styling, não é uma boa solução só por si. Não sendo consensual a designação do belo e dado o seu valor altamente subjectivo, não faz sentido definir o objecto de Design pela ideia de beleza ou aspeto visual. Fará mais sentido este ser orientado por uma necessidade, por requisitos funcionais, hábitos de consumo e de interatividade, aliados a princípios estéticos.
Posto isto, defendo que, em Design, um produto ou suporte só é belo se for funcional. A qualidade de ser belo e de ser funcional devem ser indissociáveis, no sentido em que um sistema que tem maior organização e clareza visual irá facilitar a sua leitura e usabilidade. Um design intencional dirige o olhar e ajuda o utilizador a usar esse sistema. E a conceção das suas funcionalidades dá-se através da sua configuração visual. Trata-se de um equilíbrio entre a forma e a função, sem ser demasiado funcionalista, pois também queremos atribuir algum estilo e carácter ao produto, para que este sirva uma determinada identidade, transmita uma sensação, uma experiência, uma emoção e crie empatia com o utilizador.
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