Software open source conquista lugar na InfoPortugal
A necessidade de aumentar a produtividade do serviço de atualização de mapas e adequá-lo aos desafios do mercado cada vez mais competitivo a este nível, levou a uma revisão tecnológica do departamento de cartografia da InfoPortugal.
A tecnologia que estávamos a utilizar impedia, por exemplo, a edição simultânea da cartografia por vários operadores, o que obrigava a processamentos complexos e morosos de integração de dados.
É neste cenário que iniciámos um estudo de alternativas disponíveis, das quais sobressaiu o Sistema de Gestão de Bases de Dados Espacial (SGBDE) PostgresSQL/PostGIS pelas suas capacidades, funcionalidades e casos de sucesso na sua implementação em grandes organizações um pouco por todo o mundo. O IGN de França é um exemplo entre muitos outros. Esta escolha rapidamente se revelou uma opção acertada.
Investimos no processamento de toda a informação cartográfica nesta base de dados e os resultados foram surpreendentes. Contudo, ainda continuava claramente a faltar uma peça no processo: uma alternativa para o software de edição gráfica.
A decisão foi idêntica à escolha para o SGBDE, a escolha do QuantumGIS (QGIS), é também ele um software livre e de código aberto. O QGIS, em ligação com o PostgreSQL, tem potencialidades impressionantes mas implicou algum investimento de esforço de desenvolvimento antes que a equipa conseguisse efetivar a migração de todos os seus procedimentos de trabalho. Não foi uma tarefa de poucos meses mas podemos afirmar, com toda a confiança, que foi a melhor decisão que podíamos ter tomado.
O QGIS é suportado por diversos sistemas operativos incluindo os mais usuais: Windows, Linux e Mac. Permite, ainda, o desenvolvimento de plugins utilizando Python, e suporta diversos formatos de dados entre os quais: DXF, shapefile e PosGIS. Como é suportado por uma comunidade bastante ativa e empenhada está em constante evolução sendo lançada, a cada três meses, uma nova versão.
Com esta migração alterou-se completamente o paradigma de edição de cartografia, passando do monoposto para multiutilizador com todas as vantagens daí inerentes. Assim, todos os elementos da equipa de edição podem trabalhar de forma simultânea e coordenada, o que minimizou drasticamente o tempo de integração da informação, aumentando a produtividade e estabilidade em cada nova versão de dados.
Com o auxílio de triggers (“œgatilhos” que despoletam uma função perante um determinado acontecimento com os dados) é agora possível gerir versões de uma forma mais intuitiva, segura e robusta. Assim, os diversos processos de controlo de qualidade foram automatizados ao máximo, o que tornou todo o processo mais estável e potenciou a qualidade da cartografia.
Com esta mudança, sem custos diretos de licenciamento de software, mantemos a nossa tendência evolutiva crescente na resposta às exigências dos nossos clientes.
Patrícia Teixeira
Departamento de Cartografia
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