Olhares: Sorria, está a ser fotografado

Há 15 anos nascia o Olhares, uma marca InfoPortugal e a maior comunidade portuguesa de fotografia.

O ano de 2003 fica na história por vários motivos. Em primeiro lugar, pelo ritmo acelerado com que Portugal ia preparando o Euro 2004, e com Luiz Felipe Scolari a reconciliar os portugueses com a Seleção Nacional – que contava com um Cristiano Ronaldo então a despontar. No final desse ano, e pela primeira vez, as vendas de máquinas fotográficas digitais superaram as vendas das analógicas na Europa. O Olhares antecipou esta inevitabilidade e, a 6 de maio de 2003, ousou ser digital numa altura em que o digital ainda não era a norma: quando o boom aconteceu, nós estávamos preparados e na linha da frente.

Costuma dizer-se que uma imagem vale mais do que mil palavras. Mas, numa sociedade que vive à base da velocidade, que privilegia o imediato e respira o digital, continuará essa frase a fazer sentido? Será a imensidão de fotografias do arquivo do Olhares, aumentada e credibilizada ao longo de 15 anos, uma enciclopédia de testemunhos e confissões? Será, em vez disso, uma conversa silenciosa com o passado que se vai fazendo presente a cada regresso? A “saudade” é uma palavra bem portuguesa, e este projeto também o é.

Tudo mudou nestes 15 anos de Olhares, desde as câmaras aos meios e formatos de divulgação, e até a nossa relação com as fotografias. Será difícil imaginar um mundo menos imediato do que aquele em que vivemos, sobretudo para os mais novos. Um dia sem Internet ou sem um telemóvel touch parece obra de uma ficção científica antimoderna. As gerações mais jovens e as futuras já não saberão quanto “pesa” o rolo de uma máquina… Não obstante, somos claramente um projeto digital desde o primeiro dia: em vez de fintarmos a mudança de paradigma, abraçámo-la e potenciámos aquela que é hoje a maior comunidade portuguesa de fotografia, e que se destaca pela especificidade das pessoas que aceitaram integrar esta “rede social” de fotógrafos.

A Academia Olhares foi uma consequência natural deste processo. Além do material e suporte online, organizamos encontros cara a cara, com os melhores profissionais e com o selo de qualidade que se exige a um projeto desta dimensão. Somos uma rede nacional – com o desafio aos nossos “irmãos” brasileiros de se juntarem a esta aventura fotográfica –, pelo que os nossos cursos e a nossa abrangência vão de norte a sul. Em todo o caso, a comunidade obtém feedback constante, isento e rigoroso do seu trabalho, bem como o incentivo de aperfeiçoar a sua técnica para, assim, captar cada vez Olhares mais perspicazes. Tanto por parte da comunidade, como do ponto de vista técnico e especializado, com especialistas em fotografia que avaliam, classificam e premeiam os trabalhos partilhados.

É o desafio de perceber onde encaixa a fotografia, numa realidade ampla e em constante mudança, que nos move desde sempre. Ainda assim, não procuramos respostas, e muito menos as mil palavras que alegadamente se escondem atrás de uma imagem. Diz-se que os 15 anos são a idade da irreverência, e assumimos essa energia e ambição de fazer sempre mais e melhor. A exigência é permanente. Não apenas enquanto portal, mas também perante os fotógrafos, profissionais, semiprofissionais e amadores, que têm confiado em nós para divulgar o seu trabalho. Porque nos reconhecem a competência, a coerência e, sobretudo, a fidelidade com um público que privilegia a qualidade. Obrigado por estar desse lado e partilhar os seus Olhares connosco.

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Alexandre Gomes,

Diretor da InfoPortugal

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