Brutalismo vs Antidesign
O Design é uma área fascinante e em constante evolução, onde diferentes movimentos e estilos surgem para desafiar as normas estabelecidas. Atualmente, estamos a assistir a uma desconstrução dos princípios do Design, como forma estética disruptiva, com movimentos como o Antidesign e novas interpretações do Brutalismo, aplicados no Design gráfico, web e mobile. Ambos propõem abordagens desafiantes e provocadoras como meio para conseguir impacto, criatividade e originalidade.
Brutalismo
O Brutalismo no Design é inspirado pelo movimento arquitetónico que surgiu na década de 1950. Caracteriza-se por uma estética crua e depurada, que valoriza a funcionalidade e a clareza, em que a forma segue a função. As principais características do Brutalismo incluem:
- Formas geométricas simples: Linhas direitas e formas bem definidas apresentam uma sensação de peso e robustez.
- Repetição e Ritmo: incorporam padrões repetitivos com um forte senso de ritmo.
- Navegação direta: Menus abertos em vez de opções ocultas.
- Layouts crus, com recurso a tipografia impactante: dar prioridade à informação em texto sobre o visual. O emprego de fontes grandes que funcionam como estrutura exposta do layout dão expressão e corpo à mensagem.
- O Brutalismo é uma reação contra o design excessivamente polido e esteticamente agradável, procurando uma abordagem mais austera e direta, sem adornos. Por vezes, pode parecer cru ou pouco elaborado, mas o resultado final geralmente tem um grande impacto.
Antidesign
O Antidesign, por outro lado, é uma resposta às normas e convenções estabelecidas no Design. Surgiu como uma forma de desafiar e provocar, criando designs que são intencionalmente desproporcionais, podendo ter mesmo o aspeto de inacabado ou desfuncional. As características do Antidesign incluem:
- Desordem intencional: Uso de assimetria e mistura de elementos visuais aparentemente desordenados criam composições dinâmicas que desafiam expectativas;
- Tipografia ousada: Fontes grandes e impactantes, muitas vezes conciliando fontes de estilos diferentes, aparentemente que não combinam, ora sobrepostas ou com transformações que levam até ao limite da legibilidade;
- Paletas contrastadas: Uso de cores fortes contrastantes e vibrantes;
- Texturas cruas e mistura de efeitos: combinação de texturas com efeitos sobrepostos, como se fosse uma colagem, para adicionar autenticidade;
- Uso de elementos visuais inesperados: cria uma estética caótica e desafiadora, com mistura de estilos aparentemente contraditórios que surpreendem o público;
- O Antidesign procura romper com a estética tradicional, criando um design experimental e muitas vezes desconfortável, mas que capta a atenção e desafia o espetador a reconsiderar suas percepções. É uma forma de arte que valoriza a expressão individual e a criatividade acima da conformidade;
- Contrariamente ao Design minimalista, o Antidesign assume variadas formas, mas tipicamente apresenta composições complexas, com excesso de informação visual, livres de grelha, como uma abordagem de design reacionário.
Conclusão
Tanto o Brutalismo quanto o Antidesign oferecem abordagens únicas no Design Gráfico e Web, cada um com as suas próprias filosofias e estéticas. A adopção destes estilos depende da mensagem que se deseja transmitir e do público-alvo. Estéticas disruptivas como o Antidesign são especialmente adequadas para projetos ou marcas ligadas à Cultura e à Arte, onde a intenção é desafiar e envolver o espectador de forma provocadora.
Estas estéticas surgem para desafiar as convenções e questionar a homogeneização que se tem assistido, especialmente no Design de interface, que tende a ser simples e intuitivo para facilitar a navegação do utilizador. As normas e o minimalismo estavam a gerar layouts padronizados que priorizavam a eficiência da jornada do utilizador, resultando em interfaces muito semelhantes, o que comprometia a criatividade, diversidade e originalidade. Procura-se, portanto, reconsiderar os objetivos do Design, seja para chocar ou inspirar, promovendo a criatividade e a expressão individual.
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